Rails to the North – Como deixar seu Great Western Trail ainda melhor

Great Western Trail é um dos meus jogos favoritos e já foi motivo de análise aqui no canal. Provavelmente está no meu Top 10 da vida (embora eu talvez consiga enumerar 15 jogos no meu Top 10) e eu acho ele um jogo tão redondo que eu fiquei bem cabreiro na hora que anunciaram uma expansão para ele. GWT simplesmente não precisa de expansão. Ou pelo menos, era isso o que eu achava.

Uma coisa muito engraçada do Rei do Gado inclusive, é que muita gente acha que o jogo precisa de expansão por ser desequilibrado a favor de uma estratégia. Mas o o mais engraçado ainda, é que sou capaz de achar pessoas jurando pelas suas mãeszinhas que qualquer uma das 3 estratégias é a mais roubada. Coitada de suas mãeszinhas.

Verdade seja dita, a estratégia do Vaqueiro é a mais intuitiva no jogo. E faz com que muitos só consiga jogar com ela até aprender melhor. Como eu já jogo com uns caras cracudos, eu aprendi da pior forma (tomando uma lavada) que eu podia monopolizar todos os vaqueiros e bois do jogo e ainda assim perder lindamente. A única coisa que eu achava que o jogo podia ter mais, eram tiles de bônus das estações e objetivos de jogo, mas isso não justificava uma expansão né?

Bem, foi então, com muito receio que fui atrás da Rails to the North. Até tentei, mas não comprei ela no lançamento. Deixei então pra jogar a de um amigo. E foi amor a primeira vista! Rails to the North é quase que a definição perfeita de uma expansão: adiciona tão poucas regras ou complexidade, que você é capaz de colocá-la em jogo para quem ainda está jogando o jogo pela primeira vez. E ao mesmo tempo, ela dá uma variedade as partidas e às possibilidades estratégias, que renovam GWT e faz com que ele volte a lista dos mais jogados. É tão simples, que vou tentar explicar aqui.

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A expansão de GWT, adiciona basicamente 2 coisas: 1 novo tabuleiro de entrega de gado e um novo mini playerboard com 1 nova ação de engrenagem – colocar umas casinhas que simbolizam ramais da sua ferrovia. Como você faz isso, é muito simples: a partir das cidades onde você já fez suas entregas de gado, você pode fazer a ação de engrenagem e colocar 1/2 casinha(s) de ramificação da sua ferrovia. Essas casinhas podem lhe dar benefícios imediatos ao serem colocadas ou te permitirem entregar em novos locais que dão bônus diferentes. Você só pode colocar essas casinhas de ramais a partir de onde já entregou o de onde já tem uma casinha. E meio que são essas todas as regras.

Não é só isso a expansão, mas quase. Ela também vem com as Promos de Estação e 2 novos Prédios Privados (1 dos quais, eu acho que até já vem em uma Promo também). E por último, há no jogo 1 tile que lhe permite comprar 2 cartas e descartar 2 cartas a qualquer momento, de modo que você tem mais possibilidade de fazer girar seu deck.

De regra, a Rails to the North, é muito muito simples. De sensação do jogo, ela não muda quase nada, o que pode até gerar uma pequena frustração em algumas pessoas que esperam que uma expansão vire o jogo de ponta cabeça. Mas a verdade é que Rei do Gado era um jogo tão redondo que, qualquer coisa que o mudasse drasticamente, provavelmente o pioraria, e é por isso que Rails to the North é tão boa: ela acrescenta variedade ao jogo sem que, para isso, altere sua jogabilidade.

A partida agora, com certeza ficou mais interessante. Eu já cheguei até a jogar sem contratar quase nenhum trabalhador para meu player board, coisa que seria impensável no jogo base para mim. A posição dos bônus dos ramais e das estações que agora existem,dão uma variedade de setup que muda de partida para partida, o que você acaba optando por fazer. Ela aproveita até para corrigir probleminhas simples que o jogo base tinha, como a vantagem de vender para Kansas City no início, mesmo perdendo 6 pontos. Ela aumenta para 8 os pontos negativos. Ela também dá uma nerfada na entrega a San Francisco, que além de valer muito ponto, pode ser combada com 1 ou mais cartas de objetivo. Agora, San Francisco é um pouco mais difícil de chegar. Ao mesmo tempo ela dá, no tabuleiro novo, novas estações intermediárias que permitem que você faça entregas melhores até mais baratas, ao mesmo tempo que ficou mais difícil ganhar pontos apenas entregando gado nas estações normais.

Na prática então, eu não jogo mais GWT sem a Rails to the North, mesmo por que, ela cabe inteira dentro da caixa base e eu não preciso então ficar carregando uma caixa extra, já vai tudo junto. Na verdade, há uma pequena mentira aqui: eu gosto tanto de GWT que jogaria, sem a expansão sim se alguém puxar o jogo sem ela. A frase correta então é que eu nunca optaria por jogar GWT sem ela.

Se ela vale a pena, aí, vai de cada um. Quantas vezes você já jogou Rei do Gado? Eu joguei 13x, então ela caiu como uma luva, me dando um prazer de voltar a joga-lo novamente e das pessoas voltarem a pedir para jogar comigo, para conhecer a expansão. Para quem jogou 2 ou 3 vezes, talvez ainda não seja necessário, embora mal não faça. Mas talvez, seria melhor, para essas pessoas, colocar a grana em outro jogo.

Mas para mim, Rails to the North já virou uma queridinha da coleção. Graças a ela, GWT voltou a ser um jogo que fica na bolsa dentro do carro comigo, indo e voltando a todos os lugares. Afinal, não se sabe quando vai se precisar de um Great Western Trail de emergência por aí.

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